Realizado semanalmente, o Convite ao Cinema apresenta obras cinematográficas de todo o mundo, promovendo espaço para debate sobre as produções.
11/11/2022 (SEX) até 26/11/2022 (SAB)
20h
Avenida XV de Novembro, Zona 01
Gratuito
14 anos
Secretaria de Cultura
Filme: Dr. Fantástico
Reino Unido/EUA/1964 – 94min.
Direção: Stanley Kubrick
Elenco: Peter Sellers, George C. Scott, Sterling Hayden, Keenan Wynn, Slim Pickens e Tracy Reed.
Realização: Secretaria de Cultura de Maringá
Coordenação e Curadoria: Paulo Campagnolo
A sessão estava prevista para acontecer ao ar livre, mas devido ao tempo de chuva, será realizada no Auditório Hélio Moreira.
Confira a resenha do filme Dr. Fantástico, por Paulo Campagnolo:
A sátira feroz e alucinada do grande Stanley Kubrick (1928-1999) encontra hoje algumas reverberações das quais podemos até rir, mas devemos ficar atentos. Afinal, essa comédia de humor pra lá de ácido é sobre a Guerra Fria e seus personagens, à beira do patético, parecem representar muito bem algumas “autoridades” contemporâneas infantilizadas por ressentimentos, paranoia e desejos golpistas. No filme, lançado apenas seis meses depois do assassinato do Presidente John F. Kennedy, um general enlouquecido (Sterling Hayden – de “Johnny Guitar”) que acha que os comunistas estão poluindo os “preciosos fluídos corporais” da América, ordena um ataque nuclear à URSS... ou União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, pra quem não lembra.
Seu ajudante, o Capitão Mandrake (Peter Sellers), tenta desesperadamente suspender o ataque. Enquanto isso, o Presidente dos Estados Unidos (Sellers, uma vez mais) liga com urgência para o embriagado premiê soviético (Peter Bull) para convencê-lo de que os EUA querem que eles se protejam, pois o ataque está fora de controle. Enquanto isso, o Conselheiro do Presidente, e ex-cientista nazista, Dr. Strangelove (Sellers, mais uma vez) confirma a existência de uma temida máquina do juízo final que poderá ser acionada pelos soviéticos e que poderá acabar com a raça humana.
A loucura está em andamento e Kubrick, gênio, dá vazão à uma de suas premissas elementares: uma visão bastante cínica da humanidade. Se é implacavelmente hilário, ainda assim o filme evita as armadilhas da tese, com uma encenação inteligente e controlada (com fulgurações documentais, inclusive) e, para não esquecer, um filme obrigatório onde o genial Peter Sellers, em 3 papéis, é um verdadeiro monstro.