Realizado semanalmente, o Convite ao Cinema apresenta obras cinematográficas de todo o mundo, promovendo espaço para debate sobre as produções.
26/08/2023 (SAB)
20h
Avenida XV de Novembro, Zona 01
Gratuito
18 anos
Secretaria de Cultura
Filme: O Ódio é Cego
EUA/1950 – 106min.
Direção: Joseph L. Mankiewcz
Elenco: Sidney Poitier, Richard Widmark, Linda Darnell, Stephen McNally e Mildred Joanne Smith.
Realização: Secretaria de Cultura de Maringá
Coordenação e Curadoria: Paulo Campagnolo
Confira uma resenha do filme O Ódio é Cego, por Paulo Campagnolo:
No mesmo ano em que lançou um dos maiores clássicos de todos os tempos, “A Malvada”, que lhe rendeu seis Oscar, Joseph L. Mankiewicz (1909-1993) também levou às telas esse “O Ódio É Cego” (ou, no original, “No Way Out” – sem saída), um dos filmes mais negligenciados da história do cinema americano. Sem concessões para a plateia da época, o filme marca a estreia do então jovem Sidney Poitier (1927-2022) em papel de protagonista, junto com Richard Widmark, numa história complexa e profundamente desconfortável. Poitier interpreta o Dr. Luther Brooks, um médico residente de um hospital prisional, muito elogiado pelos companheiros de trabalho e pelo chefe dos residentes, o Dr. Dan Wharton (Stephen McNally). Luther já cumpriu sua residência, mas deseja ficar mais um ano para adquirir mais experiência. Num dia, dois criminosos chegam baleados no hospital – Johnny e Ray Biddle. Quando Luther chega para atendê-los, Ray (um Richard Widmark simplesmente fantástico) logo replica, de forma violenta: “eu quero um médico de verdade, e não esse negro”.
A partir daí, o filme torna-se uma denúncia veemente do racismo, como nenhum filme americano da sua fase áurea foi capaz de fazer. Polêmico ao ponto de ter sido barrado em alguns estados sulistas, o filme escancara seu tema de forma contundente - com os contrastes imponentes da fotografia em preto e branco de Milton Krasner, o desempenho fabuloso de Poitier e Widmark, e ainda a presença emocionante de Linda Darnell.